Lá vem mais uma alta no Diesel, Gasolina e Gás de cozinha
Logo no primeiro dia de março, diante um momento delicado devido medidas mais restritivas que visam conter o avanço do Covid-19 e possíveis lotações do Sistema de Saúde, a Petrobras anunciou novo reajuste nas refinarias de 4,8% na gasolina e 5% no diesel.
Essas porcentagens representam uma alta de R$ 0,12 no preço da gasolina para R$ 2,60 por litro e um acréscimo de R$ 0,13 no diesel para R$ 2,71 por litro. O reajuste passa a valer nesta terça (2).
O gás de cozinha, gás liquefeito de petróleo (GLP), aquele que a dona de casa utiliza diariamente para cozinhar, também sofreu reajustes e passará a custar R$ 3,05 por kg (equivalente a R$ 39,69 por 13kg), refletindo um aumento médio de R$ 0,15 por quilo (equivalente a R$ 1,90 por 13kg).
Com o novo reajuste, o 5º somente em 2021, o preço da gasolina acumula uma alta de 41,5% em 2021 quando comparado ao último valor de 2020. Já o diesel subiu 34,1% neste ano. Os dados de fevereiro ainda não conhecidos, mas considerando o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), os combustíveis devem acumular uma inflação de 0,92% em 2021. Somente em fevereiro, houve uma alta de 3,34 % no valor pago pelo consumidor final.
Política de reajustes
Desde 2016, a Petrobras, que domina mais de 80% da oferta de combustíveis no país, adota uma política pela qual ela repassa integralmente a variação da cotação do petróleo, que é negociado em bolsas internacionais, para o preço da gasolina e do diesel que ela vende aqui. Como a cotação é em dólar, o preço também acompanha as variações do câmbio.
No ano, o dólar já subiu 8%, enquanto o barril de petróleo registra alta de 27,65% (em dólares). Até 2018, essa correções chegaram a ser quase diárias, mas, depois da greve feita pelos caminhoneiros naquele ano, em protesto pelas altas do diesel, essas correções passaram a ser mais espaçadas.
Em nota divulgada a imprensa, a empresa defende que os reajustes visam seguir a paridade de importação, que leva em conta as variações do dólar e do barril de petróleo nos mercados internacionais.
E ainda, em meio a críticas à política da Petrobras para os preços dos combustíveis, Bolsonaro decidiu indicar o general reformado Joaquim Silva e Luna para assumir o comando da companhia a partir de 20 de março, após o final do mandato do atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco.
Bolsonaro anuncia possíveis cortes em Impostos Federais para amenizar reajustes
O presidente Bolsonaro também anunciou que seu governo pretende zerar por dois meses os impostos federais que incidem sobre o diesel, como forma de contrabalançar o reajuste da Petrobras.
Por sua vez, a Receita Federal já analisa possíveis ideias para compensar a desoneração do diesel e do gás de cozinha, tendo em vista, a decisão presidencial de zerar por 2 meses os Impostos Federais – Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) do combustível e eliminar permanentemente o tributo do botijão de gás.
O valor dessas desonerações chega a cerca de R$ 3 bilhões e precisa ser analisado para não descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.