#TBTJornalAconteceu | Cai um símbolo da imigração polonesa em São Mateus

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Hoje no TBT do Jornal Aconteceu, onde resgatamos momentos marcantes da nossa história desse saudoso veículo de mídia que informou nossa cidade por tantos anos. Relembraremos uma matéria onde após um final de semana chuvoso, foi ao chão o carvalho centenário da praça Alvir Sérgio Licheski. O pé teria sido plantado pelo imigrante João Puchalski, por volta do ano de 1892, após ter sido trazido pelo próprio direto de sua terra natal.

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[MATÉRIA DE 2011 NA ÍNTEGRA]

Na madrugada de segunda-feira (1), após um final de semana chuvoso, foi ao chão o carvalho centenário da praça Alvir Sérgio Licheski (Praça do Carvalho). Trazida da Polônia por um imigrante, a árvore era tombada como patrimônio histórico do Paraná, devido à sua importância como símbolo da imigração polonesa.

O carvalho possui diferentes variedades no Brasil. O exemplar da Praça Alvir Sérgio Licheski, no entanto, pertence a uma que é natural do Leste Europeu, mais especificamente da Polônia. Segundo dados não oficiais, o pé teria sido plantado pelo imigrante João Puchalski, por volta do ano de 1892, após ter sido trazido pelo próprio direto de sua terra natal. O tombamento do carvalho o tornou, na época, a única árvore imune a corte do Paraná não localizada na capital — eram apenas 10, no total. Sua
condição foi oficializada no dia 24 de janeiro de 1990, pela inscrição nº 19-I da Curadoria do Patrimônio Natural da Secretaria de Estado da Cultura, processo 001/88. De acordo com o historiador Mário Sérgio Deina, que teve participação fundamental no processo, a solicitação de tombamento teve de ser assinada por todos os principais segmentos representativos da sociedade. “No Conselho Estadual do Patrimônio, nem todos concordavam com o tombamento, por se tratar de uma espécie exótica à região”, lembra. A aprovação ocorreu quando houve o entendimento de que o carvalho possuía uma relevância histórica muito grande, por ter sido plantado por um imigrante polonês. “Talvez seja a única árvore tombada como patrimônio histórico, e não natural”, observa Deina.

A ideia para que o carvalho fosse tombado partiu de vários são-mateuenses. A consciência de se preservar a cultura polonesa, de acordo com o empresário e descendente Francisco Augusto Caminski, despertou a partir de 1971, quando o padre Mieceslau Lekent, da Paróquia São Mateus, formou uma comissão para a organização dos eventos que comemorariam o centenário da imigração polonesa do Paraná. A comissão era formada, entre outros, por cidadãos como Francisco Toporowski, Júlio Polak, Oswaldo Jasinski, Vitor Dombroski, Luciano Staniszewski, Julio Skalski, Mieceslau Juaski e Wenceslau Kruchelski, além do próprio Caminski.

“O primeiro baile polonês da cidade foi realizado em 1º de maio de 1971. Mexeu conosco ver aqueles poloneses tocando rabecão com as mãos calejadas”, recorda. “Foi o estopim. A partir de então, a imigração jamais deixou de ser celebrada”. A preocupação com a preservação do carvalho começou a surgir por volta de 1987, após algumas manifestações, por parte da sociedade e dos próprios membros daquela comissão, que já estavam envolvidos há mais de 15 anos com eventos relacionados à imigração. “As pessoas me procuravam por isso”, lembra Caminski, que providenciou os primeiros papéis para o processo de tombamento. O carinho do empresário e membro do Rotary Club pela árvore se justifica pelo fato de que, além de ser descendente de poloneses, estudou no antigo Grupo Escolar da cidade— que funcionava no prédio que hoje sedia as Secretarias de Obras e Finanças do município, ao lado da atual praça. “Tinha uns 11 anos de idade e me lembro dos ‘cachimbinhos’ que caíam do carvalho, no local onde costumávamos brincar”, recorda.De 1990 (data do tombamento) até hoje, foram realizadas algumas podas com o intuito de preservar.O pé teria sido plantado pelo imigrante João Puchalski, por volta do ano de 1892, após ter sido trazido pelo próprio, direto de sua terra natal Remoção a árvore.

No entanto, sabia- se que ela não duraria muito tempo, devido às condições que apresentava já naquele tempo. Em seu habitat natural, carvalhos podem viver por até mil anos, mas não era o caso do nosso, que cresceu em ambiente urbano e esteve por muitos anos ao lado do clube Unbenau, onde eram realizadas festas frequentemente . “Certamente um ambiente inadequado”, acredita Deina. Segundo Caminski, agrônomos foram trazidos para analisar a árvore, que explicaram que ela não teria muitos anos pela frente. “Por isso mesmo aceleramos a criação de mudas”, revela. Cabe ressaltar a participação de muitas pessoas que tiveram pape importante no plantio dos descendentes diretos do carvalho da praça. “Uma coisa muito importante foi a ação dos senhores João Maria Guimarães e Júlio Skalski, que fizeram várias mudas da árvore. Outros, como o Sr José Carlos Janowski, também se interessaram muito no plantio dos ‘filhos’ do carvalho”, conta Caminski, que possui um exemplar no quintal de sua casa. “Hoje existem outros carvalhos na cidade, descendentes diretos do carvalho da praça, como o que está plantado na praça do rio, ao lado do chalé do produtor, e o da praça da rodoviária.

[FIM DA MATÉRIA]

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Redaçãohttps://ourovivo.com.br
Equipe de redação do Portal Ourovivo
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