Uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que 84% dos produtores rurais usam pelo menos uma tecnologia digital na produção.
Além disso, o levantamento ainda mostra que 67% dos produtores acreditam que cada vez mais a tecnologia digital será mais necessária para o planejamento das atividades na roça.
Segundo a especialista e consultora Mabel Guimarães, a produção rural está moderna e os agricultores precisam pensar que o campo é uma empresa a céu aberto.
“Nosso produtor está bem informado, então ele sabe dos cuidados que ele deve ter, e ele tem toda a ajuda possível para ter um produto que tenha qualidade, que seja seguro. Primeira coisa que ele tem que pensar é assim, eu vou vender. Quem vai comprar vai querer ter um produto bem-apresentado” disse.
Reinventando o trabalho
Entre os produtores que aderiram à tecnologia está a família Boszcz, que soube se adaptar ao tempo e reinventar o trabalho na roça.
“É a transformação né, é a transformação do Jeca Tatu no empreendedor aí que está acessando a tecnologia, o mundo digital, e oferecendo um produto caseiro e de qualidade. É isso que o consumidor está buscando, que faz a total diferença no nosso trabalho”, contou a empreendedora rural Juanice Boszcz.
A Juanice é incentivadora dessa mudança. Ela e os pais trabalhavam no modelo tradicional, com o pai produzindo há 15 anos cogumelos Paris.
Ela foi então buscar formas de modernizar o jeito de se trabalhar na propriedade da família. Como o local é pequeno, uma saída foi a diversificação.
Primeiro eles começaram a produzir cogumelos, depois frutas.
“Buscar culturas alternativas para poder trabalhar o ano inteiro, em um pequeno espaço de terra, em um espaço menor que pudesse trabalhar o ano inteiro. Para ter diversificação, usar a terra para trabalhar com mais culturas, essa interatividade nos doze meses do ano”, contou.
O sítio virou uma empresa rural e familiar, e a tecnologia ganhou o campo.
Os cogumelos e as frutas não estão na época de produção, mas na cozinha a família cuida da fabricação das compotas e geleias.
Investimento
A agroindústria tem investido em equipamentos que dão maior capacidade na produção. No caso da família Boszcz, uma câmara fria foi comprada para guardar as frutas congeladas e garantir a produção de geleias o ano inteiro.
Os produtos são vendidos para mercados e lojas da região, além da internet.
Segundo a pesquisadora, o que os agricultores conseguem produzir no campo é o que o mercado consumidor está em busca, sem deixar as raízes, o jeito caseiro, de lado.
“Quando eu falo em produto processado, ele pode ser processado porque é transformado. A tecnologia é maravilhosa, poxa, um fogão legal, agora ele precisa estar bem atentos porque a partir do momento que ele coloca muito equipamento para fazer deixou de ser um produto artesanal”, ressaltou.
FONTE: G1 PARANÁ.