“Jesus é o Senhor” (Mt 6, 45-52)
O relato é um prolongamento do milagre dos pães e tem como pano de fundo as figuras de Moisés e Elias, que rezam a sós, à noite. Caminhar sobre as águas tem paralelos (Jó 9,8; Sl 77,20 etc.). O cenário coloca novamente Jesus como o que realiza as esperanças do Antigo Testamento. Por isso, em meio às contrariedades, ele se apresenta como “Eu Sou” (Ex 3,14), ou seja, como Deus. No Antigo Testamento, Deus sempre esteve com seu povo para protegê-lo (Dt 32,39; Is 41,4; 43,10-13), e agora é Jesus quem age assim.
De forma pedagógica, Marcos mostra que é difícil ao povo e, inclusive, aos discípulos entenderem a pessoa de Jesus em meio às dificuldades desta vida. Fazer a experiência de Jesus, que realiza o que foi preanunciado no Antigo Testamento, é um lento aprendizado. Assim, cabe à Igreja, hoje, sempre de novo, levar o povo ao confronto com o Mestre, num constante aprendizado que se expressa na vida.