O mundo da ficção científica é extremamente rico em ideias e imaginação, chegando a confundir muitos sobre o que vem a ser realidade e ficção. Muitas invenções por mais incríveis que pareçam já surgiram primeiro na imaginação dos autores e depois acabou virando realidade.
Provavelmente você deve ter ouvido falar sobre as Três Leis da Robótica, sendo que o termo passou a ser um termo científico discutido e estudado nas melhores universidades do mundo. Essa lei surgiu com um dos maiores escritores de ficção científica do mundo, autor de livros que venderam aos milhares ao longo dos anos, Issac Asimov, a maioria de muito sucesso e alguns bem conhecidos que viraram sucesso também nas telonas, e tornaram diversos conceitos ainda mais populares, como é o caso das Três Leis da Robótica, sendo elas:
- Primeira Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
- Segunda Lei: Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
- Terceira Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei.
Isso tudo discutido foi discutido pela primeira vez num conto chamado “Círculo vicioso” e fez parte do livro “Eu Robô”, que se passaria no ano 2058, ou seja, ainda no nosso futuro.
Quando foi escrito o livro, a ideia de robôs era bem diferente da nossa realidade atual e nossa capacidade, por isso nos tempos atuais, mais do que nunca essas leis são discutidas no âmbito acadêmico, a nível das empresas de robótica e também nas diversas forças armadas onde são muito utilizados nas modernas guerras.
Com a evolução sem precedentes da Inteligência Artificial e suas aplicações atuais, essas regras que constituíssem as leis mais básicas nas quais essas inteligências artificiais deveriam se pautar para preservar o ser humano. Mas, será que a Inteligência Artificial seguirá essas regras? Talvez o uso dessas regras não fosse uma má ideia para evitar alguns possíveis problemas ao lidar com robôs, especialmente aqueles dotados de inteligência artificial e que são capazes de aprender novas coisas.
Alguns relatos por aí podem até causar um certo medo, como o do robô que quer deixar os humanos em zoológicos, um que já tem habilidade suficiente para dar mortais para trás, e claro, aqueles que poderão roubar nossos empregos. Exatamente por isso, seria interessante que essas três regras, as Três Leis da Robótica, de fato fossem respeitadas pelos nossos “amigos” robóticos.
Mas será que isso realmente teria efeito? E se tivessem, haveria alguma necessidade de atualizar essas diretrizes?
Fica bastante claro quando analisamos as Três Leis da Robótica, que Asimov as criou pensando mais especificamente em androides, ou seja, organismos sintéticos feitos para se parecerem com humanos, mas que possuíam inteligência artificial que os tornavam similares a nós também em comportamento. Já existem, por exemplo, drones militares autônomos que podem matar sem o controle ou a interferência de seres humanos.
Pensando nisso, as leis fazem bastante sentido, mas e quando olhamos hoje para como o campo da robótica avançou, será que elas funcionariam. Devemos pensar que hoje em dia robôs podem ser objetos como drones ou outros tipos de máquinas de formas diversas, com movimentações completamente diferentes da nossa e, claro, inteligências artificiais totalmente distintas.
Já existem, por exemplo, drones militares autônomos que podem matar sem o controle ou a interferência de seres humanos. Como esses dispositivos compreenderiam as leis de Asimov? E indo ainda mais longe, não podemos nos esquecer dos sistemas machine learning presentes em softwares que carregamos nos nossos bolsos, rodando em nossos smartphones. Apesar da limitação de movimentos, um celular autônomo com acesso a nossas informações poderia fazer um belo estrago em nossas vidas.
Segundo os cientistas, para que os robôs obedecessem essas regras, eles deveriam possuir um sistema de inteligência artificial extremamente avançado. E aí entra outro problema: dispositivos robóticos controlados pelas Forças Armadas para atuar em guerras e outros tipos de conflitos não poderiam atirar em soldados inimigos sem quebrarem logo de cara a Primeira Lei. E ele certamente entraria em parafuso caso precisasse defender um ser humano matando outro.
É provável que ele literalmente travaria na hora de fazer a decisão paradoxal.
A ideia aqui não é provocar um debate científico ou militar, mas apenas ressaltar como é maravilhoso o mundo dos livros e a mente dos escritores. Mas, vale a pena pensar sobre as Três Leis da Robótica nos dias atuais.