Após 15 anos tentando engravidar, uma mãe de Arapongas, na região norte do Paraná, descobriu a gestação logo depois de adotar quatro filhos. Agora, Regiane Semchechen Gonçalves Weiss e Álvaro Ceolim Weiss, esperam pelo quinto filho.
Regiane contou que o casal sonhava em adotar uma criança antes mesmo do casamento. Depois do matrimônio, ela e Álvaro evitaram os anticoncepcionais. Mesmo assim, a gravidez demorou a acontecer.
A mãe relatou que chegou a ficar grávida algumas vezes, mas as gestações foram naturalmente interrompidas. Então, Regiane descobriu que tinha endometriose, uma doença que atinge o útero e causa dificuldade para engravidar, entre outros sintomas.
“Eu fiz quatro cirurgias de endometriose, sofri bastante com tratamento, com medicação. Há quatro anos, a gente falou ‘chega, não vamos fazer mais nada’. Que se fosse para ser, ia ser”, contou.
O casal ainda guardava o sonho da adoção e decidiram iniciar o processo há dois anos. Ela conta que os dois queriam um grupo de irmãos.
“Eu falava para o meu esposo que seriam cinco filhos. Ele falou que a gente não dava conta, que seriam três. Conversando, decidimos que aceitaríamos até três com possibilidade de aceitar um grupo maior”, disse Regiane.
O processo para adoção tem várias etapas. No caso de Regiane e Álvaro o andamento demorou mais tempo, por causa da pandemia. Os dois foram habilitados para receber os novos filhos no começo de 2021.
Regiane lembra que acreditava que o telefone demoraria a tocar com a notícia de que haviam conseguido a adoção. Apesar disso, uma semana depois, o casal recebeu três ligações com grupos de irmãos disponíveis.
“Foram dias muito difíceis para nós, por ter que optar por um grupo. Você vê rostinhos e pensa o que faz escolher um e não os outros. A decisão foi difícil, mas o nosso coração, desde o primeiro momento, era deles”, lembrou.
Aproximação e gravidez
Uma das etapas da adoção é a aproximação, que começou a ser feita por chamadas de vídeo. Regiane e Álvaro adotaram três meninos e uma menina. Os irmãos estavam em um abrigo que fica a mais de 700 km de Arapongas.
No começo de março, quando o casal se preparava para ir até a cidade onde os irmãos estavam, Regiane começou a se sentir mal, mas não deu muita importância para o que estava acontecendo.
A mãe só foi desconfiar de uma gravidez quando se sentiu enjoada com uma xícara de café.
“Eu estava tendo algum sintomas, mas estava colocando a culpa toda na ansiedade. Imagina depois de 15 anos? Nunca! Eu sou viciada em café, temos um caso de amor. Quando eu enjoei do café, pensei que tinha algo errado”, brincou.
Regiane foi até uma farmácia comprar um teste de gravidez, que apontou resultado positivo. Ela conta que não acreditou no que estava acontecendo e foi até o quartel onde o marido trabalha, como bombeiro, para dar a notícia.
“Quase matei meu esposo do coração. Eu disse: ‘Lembra que sempre falei que são cinco?’ Ele falou que lembrava. Aí falei: ‘Então, agora, são cinco’. Ele ficou muito feliz”, disse Regiane.
Os filhos adotivos já estão em Arapongas, e o casal está com a guarda provisória das crianças.
“A gente queria muito ter filhos, não importa se seriam biológicos ou não. Deus foi abundante, foi um milagre grande. Eles eram os nossos filhos e nós já esperávamos por eles. Tudo tem a sua hora.”
FONTE: G1 Paraná.