“Nossa Senhora das Dores, manter-se forte e confiante diante da dor” (Jo 19, 25-27)
Fiel aos pés da cruz de Jesus estava Maria, sua mãe. É possível imaginar o que significa ser crucificado e morrer crucificado. Não conhecemos o suplício da cruz, por isso o imaginamos.
Conhecemos, porém, a dor de uma mãe que perde o filho. O normal é que os filhos vejam a morte dos pais, que nasceram antes. Ver a morte do filho, que nasceu depois, é sempre doloroso. Ver o Filho morrer crucificado, zombado por judeus e romanos, foi o que Maria viu, firme, de pé, junto à cruz, recebendo a missão de ser Mãe de todos os discípulos do Filho que morria.
Os discípulos também foram encarregados de cuidar da Mãe. E nós, filhos de hoje, nos unimos a ela em sua dor. Maria das Dores. Quantas mulheres entre nós se chamam “Das Dores”! A sequência “Stabat Mater”, na tradução do padre Ricardo Dias Netto, começa dizendo: “De pé, a mãe dolorosa junto da cruz, lacrimosa, via o filho que pendia.
Na sua alma agoniada, enterrou-se a dura espada de uma antiga profecia”, a profecia do Velho Simeão quando o Menino Jesus foi apresentado no templo. Simeão abençoou José, Maria e o Menino, e disse a Maria: “Eis que este menino foi colocado para a queda e para o soerguimento de muitos em Israel, e como um sinal de contradição, e, a ti, uma espada traspassará tua alma, para que se revelem os pensamentos íntimos de muitos corações”. “Quanta angústia não sentia, Mãe piedosa, quando via as penas do Filho seu.”