Uma das alternativas para a retomada econômica após o fim da Pandemia da Covid-19, o Governo do Estado lançou nesta segunda-feira (16), no Palácio Iguaçu, o Programa de Apoio às Vocações Regionais Sustentáveis (VRS) do Paraná.
Desenvolvido pela Invest Paraná, com a participação de diferentes órgãos e entidades, o objetivo é incentivar as cadeias de valor e abrir mercados a produtos típicos paranaenses, produzidos de forma sustentável e de maneira tradicional.
Na solenidade, que teve a participação do vice-governador Darci Piana, foram assinados os primeiros convênios do programa, que busca fortalecer as relações sociais, culturais e ambientais nas regiões onde será implantado. Até o momento, 25 instituições serão parceiras, incluindo órgãos e secretarias estaduais, prefeituras, entidades da sociedade civil e startups.
Ele será iniciado pelo Litoral (Antonina, Morretes e Guaraqueçaba), trabalhando os conceitos de turismo de natureza e de base comunitária, além dos produtos regionais, como a banana, mandioca e açaí de juçara; e São José dos Pinhais, (Região Metropolitana de Curitiba) atuando na transição da agricultura convencional para negócios sustentáveis na região da bacia do Miringuava, onde a Sanepar está construído uma nova barragem de captação de água.
O VRS é baseado em experiências já implantadas na Alemanha e no Japão, países que utilizam a metodologia de valorizar produções em pequenas regiões, atendendo as demandas dos grandes centros. “O Paraná tem grandes exemplos de produtos tradicionais, como a produção de mel, de poncã, que muitas vezes não são valorizados economicamente, mas são fundamentais para aquela região e para as famílias produtoras”, afirmou Darci Piana.
“Esse programa vai ser essencial para manter as famílias em sua propriedade, para valorizar a produção local. São pessoas que também precisam do suporte do governo para que tenham o seu sustento, para que elas também possam crescer e participar da vida econômica do Estado”, destacou o vice-governador.
Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, o programa atuará principalmente nos setores de alimentos e turismo, apontados como grandes potenciais econômicos, principalmente no período pós-pandemia. “O desenvolvimento sustentável é hoje a bola da vez e cada região tem as suas potencialidades. Nada mais inteligente que entender as necessidades e particulares de cada local, para incentivar e destinar recursos para desenvolver as vocações regionais”, disse.
A Invest Paraná trabalha desde o ano passado na identificação dos potenciais econômicos e sustentáveis do Paraná. Para isso, foram selecionados ativos com potencial de mercado já relatados no Programa Arranjos Produtivos Locais (APL), que agora vão contar com o apoio da autarquia para acessar novos mercados, nacionais e internacionais, e implementar inovações para ampliar esse potencial.
De acordo com um estudo desenvolvido pela autarquia, um setor é considerado com grande potencial no mercado ao obter uma marca de, pelo menos, 70% de viabilidade, com base em uma série de características.
“A ideia é estimular os pequenos produtores, inclusive de artigos, além dos alimentícios, a adotarem práticas de sustentabilidade. A Invest já está oferecendo oficinas a esses públicos, com a intenção de abrir novos mercados”, disse Eduardo Bekin, diretor-presidente da Invest Paraná.
Segundo o consultor de Desenvolvimento Econômico da Invest Paraná e idealizador do programa, Bruno Banzato, o objetivo é desenvolver a cadeia de valor, integrando quem traz os insumos, quem produz, quem transforma, quem transporta e quem comercializa.
“Além da qualificação, nossa ideia é abrir mercados nacionais e internacionais aos produtos paranaenses. Eles serão incluídos no portfólio da Invest para fazerem parte de ações de mercado, com a preparação dos produtores para a participação em feiras e em ações de marketing”, ressaltou.
A Invest e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) mapearam 12 territórios paranaenses que contam com produtos com potencial para fazer parte do Programa de Apoio às Vocações Regionais Sustentáveis (VRS).
Mais de 500 famílias do Litoral podem ser beneficiadas na região com o desenvolvimento do turismo de base comunitária, venda de produtos locais, hospedagens, atrativos naturais e gastronomia local, além do processamento da mandioca em Guaraqueçaba.
“No Litoral, os produtores das três cidades serão integrados a uma cadeia de valor sustentável, para que todos adotem uma prática sustentável. Eles receberão um selo que reconhece o impacto positivo daquele produto na comunidade e atesta que ele foi produzido sem agredir o meio ambiente”, destacou Banzato.
Na região Sul, a projeção apontou a viabilidade de agregar valor ao pinhão produzido principalmente nas cidades de União da Vitória e Bituruna. Em São João do Triunfo, nos Campos Gerais, 13 famílias serão beneficiadas com a produção da polpa e do suco de uva.
No Centro-Sul, a ideia é inovar em produtos oriundos da erva-mate, com chás, energéticos, uso medicinal e farinhas, beneficiando cerca de 70 mil pessoas. No Vale do Ribeira, o programa terá como foco o beneficiamento da goma de resina; da polpa, suco, óleo essencial, farinha e subprodutos orgânicos dos cítricos, principalmente a poncã; e com o aipim descascado e congelado, em forma de farinhas, tapioca e subprodutos orgânicos. Cerca de 2 mil produtores podem ser beneficiados na região.
O beneficiamento do maracujá, na Região Metropolitana de Curitiba, pode contribuir com 400 produtores, com a produção de polpa, suco, óleo essencial, farinha e da folha desidratada para medicamentos. Outros 400, com a produção de polpa, suco, geleia e fruto liofilizado do morango. Já em Agudos do Sul, 60 famílias serão beneficiadas com o coletivo de tomate, morango e grãos orgânicos.
Outra ação do programa é a criação dos chamados Michi-no-Ekis, estações voltadas para o atendimento de turistas, com a venda de produtos locais. O objetivo é criar espaços em ambientes seguros e confortáveis, únicos e atrativos, e que mostrem a individualidade da região.
A partir de uma cooperação com a Província de Hyogo, no Japão – Estado-irmão do Paraná – e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), a intenção é espalhar os michi-no-ekis por todo o Estado, criando uma rota turística entre eles.
A proposta tem como base a venda de produtos locais, promoção de atrações turísticas, demonstração da cultura e espaço para eventos da comunidade; informações de atendimento turístico, rodoviário e de emergência prontamente disponíveis; locais de descanso, serviços de alimentação, estacionamento e banheiros gratuitos 24 horas.
FONTE: Agência Estadual de Notícias (AEN).