Nas paisagens da região norte do Brasil, elas são tão comuns quanto as araucárias nas regiões frias do Paraná. Das seringueiras, é extraído o látex, que é usado na fabricação de inúmeros produtos, entre eles a borracha.
O clima quente das regiões norte e noroeste do Paraná trouxe um pouco deste cenário amazônico para algumas propriedades rurais.
Na propriedade do agricultor Tarcísio Warmling, em Alto Paraná, as seringueiras estão no final da safra. As árvores produzem durante dez meses, mas descansam entre agosto e setembro, no período de renovação das folhas.
O agricultor é o segundo maior produtor de seringueiras do estado. São 97 hectares com seringueiras e 40 delas já estão produzindo.
O primeiro plantio foi em 2009, mas, como a árvore demora pelo menos dez anos para começar a produzir, a extração do látex é recente.
“A seringueira é uma atividade simples. Ela não exige agrotóxico ou muitos produtos químicos. Só mesmo um fungicida que é aplicado no tronco”, conta Warmling.
O sangrador, a pessoa que faz os cortes na casca da árvores para a extração da goma, pode manusear cerca de 150 árvores em um único dia.
“A sangria acontece, geralmente, na madrugada, porque é o momento em que a temperatura está mais amena e árvore solta o látex com mais facilidade”.
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O valor da venda gira em torno de R$ 5 o quilo. Toda a produção do agricultor é transformada em produtos como pneus e materiais hospitalares.
No Paraná, 1,7 mil hectares estão ocupados por seringueiras. A maior plantação fica na cidade de Paranapoema, também no noroeste.
Segundo o Instituto Agronômico do Paraná, ainda são poucos os municípios que investem na cultura.
O engenheiro agrônomo Amauri Ferreira Pinto, coordenador de cultivos florestais do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR) do Paraná, explica que o solo arenoso do noroeste paranaense facilita o crescimento das raízes, mas o clima é favorável em toda a região norte do estado.
“Se você pegar essa região mais ao norte do estado, onde não há tanta ocorrência de geada, juntando com a duração do dia, com dias mais longos, existem as condições para que as seringueiras cresçam bem e tenham boa produtividade. Por isso que a região alvo fica no Arenito Caiuá, na região norte de Maringá e na região norte de Londrina, pegando um pedaço da região de Cornélio Procópio”.
Uma árvore dessa pode produzir látex por cerca de 35 anos. Na tentativa de ampliar a área plantada no estado, o IDR tem promovido pesquisas sobre a cultura e já descobriu que uma das possibilidades é aproveitar a mesma área para o cultivo de soja, milho e feijão.
“Nessas áreas, a gente tem conseguido produtividade até superiores a áreas abertas, em função da questão do micro clima que estas árvores conseguem proporcionar neste sistema. Existem ainda outros produtores onde a gente está trabalhando culturas de longo prazo, como o café e a fruticultura, como o maracujá. E, a longo prazo, ainda existe o consórcio com a pecuária, tanto a de corte quanto a de leite”, explica o engenheiro agrônomo.
FONTE: G1 PARANÁ.
