Ministério da Saúde lança campanha “Mega Vacinação” para reforçar imunização dos brasileiros contra Covid-19

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Ministério da Saúde anunciou na terça-feira (16) que vai aplicar uma dose de reforço de vacina contra a Covid-19 para todos os adultos com mais de 18 anos. O governo também divulgou que imunizados com a vacina da Janssen devem receber duas novas aplicações.

Com mais de 350 milhões de vacinas Covid-19 distribuídas, a maior campanha de vacinação da história do Brasil faz um chamado importante para os brasileiros “atrasadinhos”. Mais de 21 milhões de pessoas precisam voltar aos postos de vacinação para tomar a segunda dose. Com o slogan “Proteção pela metade não é proteção”, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (16) a campanha Mega Vacinação, que tem como público-alvo toda a população acima de 18 anos.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destacou que o cenário epidemiológico do país está equilibrado e mostra, dia após dia, melhora nos índices de casos e óbitos de Covid-19. “A melhora se deve a eficiência das políticas públicas lideradas pelo Ministério da Saúde e executadas na ponta pelos estados e municípios”, afirmou.

O ministro falou sobre importância dos brasileiros completarem seus ciclos vacinais. “Temos que trabalhar para ampliar a cobertura da segunda dose […] É nosso objetivo com a campanha de Mega Vacinação contra a Covid-19. E isso ocorre graças a força do SUS, é para ampliar ainda mais o acesso, para convencer as pessoas a procurarem uma Unidade Básica de Saúde”, reforçou.

“O Brasil tem vacina. Temos outros países que ainda não tem vacina suficiente para ofertar à sua população. […] O Brasil tem hoje um Sistema Único de Saúde que é poderoso, forte, capilarizado, com profissionais de saúde e recursos humanos, que conhecem como vacinar em todo cantinho do país. Temos pessoas que acreditam na vacinação e hoje nós parabenizamos este esforço, porque também nós pensamos que o Brasil pode fazer história, pode mudar o rumo dessa pandemia”, ressaltou a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Socorro Gross.

A campanha ainda anuncia mais uma etapa importante para a imunização dos brasileiros: a ampliação da dose de reforço para toda a população adulta. Ao todo, 158 milhões de pessoas com mais de 18 anos fazem parte do público-alvo para a dose de reforço.

A partir de agora, também muda o intervalo para aplicação da dose de reforço, reduzindo de seis para cinco meses após a conclusão do ciclo vacinal. A recomendação vale para todos os imunizantes usados na campanha. Essa orientação é baseada em pesquisas científicas que apontam uma queda na resposta imune, principalmente, a partir do quinto mês após a dose dois.

Queiroga ressaltou que a medida deve impedir cenários epidemiológicos como os que vem acontecendo em alguns países da Europa. “Vamos ampliar a dose de reforço para todos os brasileiros acima de 18 anos, que tenham tomado a segunda dose de vacina, seja qual for a vacina, há pelo menos 5 meses. Então, com isso, nós vamos ter uma cobertura vacinal maior da nossa população e evitar o que está acontecendo em alguns países da Europa. Eu tenho conversado com uma amiga, Dra. Socorro Gross, e ela acha que podemos ser sim um case de sucesso no enfrentamento a uma possível 3ª onda causada pela Covid-19.” afirmou o ministro.

A partir de agora, mais de 100 milhões de brasileiros estão aptos para tomar a dose de reforço, ou seja, já completaram a imunização há cinco meses ou mais. A previsão do Ministério da Saúde é que 12,5 milhões de pessoas tomem a dose de reforço em novembro e 2,9 milhões em dezembro.

Essa dose era recomendada apenas para os profissionais de saúde, idosos acima de 60 anos e imunossuprimidos. Desse público, cerca de 11 milhões de brasileiros já tomaram o reforço.

Os resultados preliminares de um estudo da Universidade de Oxford sobre a dose de reforço, encomendado pelo Ministério da Saúde, mostram que o esquema heterólogo – a combinação de vacinas diferentes – aumenta significativamente a imunidade. A orientação é que o reforço seja aplicado, preferencialmente, com a vacina da Pfizer. Na falta desse imunizante, pode ser aplicada a Astrazeneca ou Janssen.

1. Quem pode tomar a dose de reforço?

A dose de reforço está aprovada para todas as pessoas com mais de 18 anos. A recomendação vale para todos os imunizantes usados na campanha: Pfizer, AstraZeneca, CoronaVac e Janssen.

2. Quais os intervalos mínimos para a dose de reforço?

A dose de reforço para quem tomou Pfizer, CoronaVac e AstraZenaca estará disponível cinco meses após o cidadão ter completado o esquema vacinal. “Acima de cinco meses da segunda dose, independentemente da idade, já se pode buscar a sala de imunização”, disse Marcelo Queiroga.

Vacinados com a Janssen (que foi aprovada e registrada como uma vacina de dose única) deverão tomar uma nova dose dois meses depois da pimeira. E, cinco meses depois desta segunda aplicação, poderão tomar outra dose de reforço como previsto para todas as demais vacinas em aplicação no Brasil.

3. Quando estados e municípios começam a aplicar o reforço?

A medida já está em vigor, mas a aplicação da vacina vai depender dos estados e municípios.

Nesta terça (16), o Ministério informou que a pasta vai começar a distribuir as doses da Janssen a partir da próxima sexta-feira (19). O governo também prevê divulgar aos gestores uma Nota Técnica para esclarecer eventuais dúvidas.

4. No caso do reforço, posso receber a mesma vacina usada no esquema vacinal?

Pode, mas o ideal é fazer um mix de vacina. Segundo o Ministério da Saúde, a ideia é que a vacinação seja feita de forma heteróloga, ou seja, com uma vacina diferente daquela aplicada na imunização primária.

Queiroga também disse que a preferência é que seja aplicada a vacina da Pfizer na dose adicional. “Usamos a Pfizer no Brasil, mas em um eventual desabastecimento, pode ser usada outra plataforma.”

Para quem tomou Pfizer, o ministério diz que ainda está decidindo qual será a dose de reforço. “Há aqueles que defendem que deve ser a mesma vacina, no caso da Pfizer. Mas isso ainda não é consolidado na ciência. (…) Como a vacina da Pfizer começou no Brasil em abril, ainda não está no tempo de aplicar esse reforço em quem tomou Pfizer, mas esperamos ter informações concretas a esse respeito em um curto espaço de tempo” explicou Queiroga.

Novamente, no caso da Janssen, há particularidades: primeiro está prevista uma aplicação extra da mesma marca para, só depois, na terceira aplicação, ser liberada a utilização de uma vacina de outro fabricante, a chamada vacinação heteróloga.

Novas doses de vacina da Janssen chegaram ao Recife, nesta segunda (20). — Foto: Governo de Pernambuco/Divulgação

5. A segunda aplicação da Janssen significa dose de reforço?

Durante a entrevista, Queiroga afirmou que, antes de receber a dose de reforço, as pessoas precisam receber uma “segunda dose” da Janssen. O uso do tempo “segunda dose” feito pelo ministro pode ser motivo de confusão: tecnicamente, a 2ª dose é parte do esquema vacinal proposto nos estudos e aprovado pela Anvisa. O esquema vacinal de Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac previam duas doses.

Em nota, a Anvisa reforçou que há diferenças entre “esquema vacinal previsto em bula” e “estratégia de vacinação e reforço”.

“O esquema previsto em bula e aprovado pela Anvisa (quantidade de doses e intervalos) indica a forma de uso da vacina que, segundo os estudos, produzem os melhores resultados de imunização. Já a estratégia de vacinação e reforço é uma decisão da autoridade de saúde (MS) sobre como determinado imunizante será aplicado na população de forma a se obter a melhor cobertura vacinal, e as estratégias de monitoramento das reações adversas”, informou a Anvisa.

No caso da Janssen, a empresa não solicitou a inclusão de uma segunda dose em seu esquema vacinal, mas está em conversa com a Anvisa para esclarecimentos especificamente sobre a dose de reforço. Ou seja, por enquanto, o status de uma pessoa vacinada com a Janssen segue como “completamente imunizado” mesmo com apenas uma dose.

“Segundo a Janssen, a previsão é que até a próxima semana a empresa entregue os estudos para Anvisa sobre a eficácia e segurança da dose reforço da sua vacina”, informou a Anvisa.

6. Quando vou poder tomar as doses de reforço da Janssen?

A (segunda) dose de reforço para quem tomou Janssen só vai estar liberada cinco meses depois da da aplicação do primeiro reforço. Neste momento, o ideal é usar uma vacina DIFERENTE na dose adicional, de acordo com o Ministério da Saúde.

7. Já há estudos sobre a necessidade de uma nova dose da Janssen?

Sim. Em setembro, a Johnson & Johnson disse que uma nova dose aumentou para 94% a eficácia da vacina contra formas graves e moderadas da Covid.

Segundo a empresa, o reforço administrado dois meses após a primeira dose aumentou os níveis de anticorpos de quatro a seis vezes. Quando administrado seis meses após a primeira dose, os níveis de anticorpos aumentaram doze vezes, sugerindo uma grande melhora na proteção com o intervalo mais longo entre as doses.

8. Temos doses disponíveis do imunizante?

Dados da projeção de entregas do ministério, atualizados no dia 10 de novembro, indicam a entrega de 7,7 milhões de doses do imunizante ainda neste mês e mais 28,4 milhões em dezembro.

A pasta vai começar a distribuir as doses da Janssen aos estados e municípios a partir da próxima sexta-feira (19).

9. Houve alteração na bula da vacina da Janssen?

Não. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Janssen não fez nenhuma solicitação para alterar o esquema vacinal previsto em bula.

“Até o momento, apenas a Pfizer solicitou alteração do esquema vacinal previsto em bula para a vacina Comirnaty. O atual esquema aprovado em bula prevê duas doses da vacina. O pedido apresentado à Anvisa prevê a aplicação de uma terceira dose. Este pedido está em análise na Anvisa e pendente de complementação de dados pelo laboratório para que a análise tenha prosseguimento”, informou a Anvisa.

A agência ainda esclarece: “Quanto à vacina da Janssen, a decisão da autoridade reguladora americana (FDA/EUA) considerou a segunda dose como reforço, conforme se segue: “O uso de uma dose única de reforço da vacina Janssen (Johnson e Johnson) Covid-19 pode ser administrado pelo menos 2 meses após a conclusão do regime primário de dose única em indivíduos com 18 anos de idade ou mais.” (tradução livre).”

Alexandre Muller
Alexandre Mullerhttps://ourovivo.com.br
Comunicador são-mateuense, especialista em eventos e atividades sociais. Apaixonado por São Mateus do Sul e seus tesouros.
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