No Dia Nacional da Araucária, 24 de junho, o Paraná comemora a marca de 140 mil mudas retiradas de 13 viveiros do Instituto Água e Terra (IAT) desde 2019. O IAT é um órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).
O instituto é responsável pela gestão de 19 viveiros e dois laboratórios de sementes em todo o Estado para a produção de mais de 100 espécies de mudas nativas, entre elas a araucária (Araucaria angustifólia), popularmente chamada de Pinheiro do Paraná.
O estoque atual da árvore símbolo do Estado nos viveiros é de quase 40 mil mudas. Outras 144 mil estão em produção. As mudas podem ser solicitadas por toda a sociedade e também são utilizadas dentro da política de compensação ambiental.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Marcio Nunes, destacou a conscientização dos produtores rurais dentro do programa Paraná Mais Verde. Criado pelo órgão ambiental estadual, ele tem o objetivo de promover a educação ambiental e aliar desenvolvimento ambiental, econômico e social.
De acordo com o secretário, a preservação e a recuperação do meio ambiente resultam em uma agricultura com alta produtividade e sustentável.
“É um programa que faz um trabalho muito importante, desde a coleta das sementes na floresta até chegar às mãos do produtor rural, que já entendeu que tem que ajudar a recuperar o meio ambiente. Todo o setor produtivo depende da sustentabilidade para vender seus produtos”, afirma Nunes.
O tronco de uma araucária pode atingir altura de 10 a 50 metros e o diâmetro pode chegar a 2,5 metros. Em plantios isolados, ela inicia a produção de frutos a partir do décimo ano. Já em povoamentos, as primeiras pinhas com capacidade para reprodução surgem em cerca de 20 anos.
O diretor-presidente do IAT, Everton Souza, destacou a importância de preparar as mudas nos viveiros para então serem distribuídas. “Quanto melhor essa muda estiver preparada para ser recebida pelo solo, maiores serão as chances de ela se desenvolver e chegar à maturidade, dando frutos e servindo de alimentos para a fauna”, afirmou.
Souza destacou, ainda, que outra contribuição do plantio de árvores é mitigar os efeitos provocados pelas mudanças climáticas, como a estiagem atual.
O pinhão, fruto oriundo da pinha, faz parte de pratos típicos da culinária do Paraná, com melhor safra normalmente entre os meses de maio e junho. Para sua comercialização, o órgão ambiental estadual promove orientações para a colheita de frutos que caem naturalmente da pinha.
Pinhão, no Centro-Sul do Estado, é o município com maior produção do fruto no Paraná. No ano passado foram colhidas mais de 3,8 toneladas e a previsão para 2021 é de 4,9 toneladas, um aumento de 30%. A cidade responde por cerca 40% da produção estadual do fruto da araucária.
Desde 2014, a árvore consta na lista em extinção como proteção integral na modalidade EN-em perigo, o que proíbe o corte para aproveitamento econômico. O IAT protege a espécie conforme a Portaria nº 443/2014, do Ministério do Meio Ambiente, e pelo Programa Paraná Mais Verde.
“Até agora, já foram doadas mais de 3 milhões de mudas pelo programa estadual, onde se estima a restauração de 1.800 hectares, ou seja, aproximadamente 1.800 campos de futebol. As espécies são oriundas dos 19 viveiros do IAT”, afirmou o gerente de Restauração Ambiental do Instituto, Mauro Sharnick.
FONTE: Agência Estadual de Notícias (AEN).