“É preciso ir com Jesus à raiz de todos os males” (Lc 9, 43b-45)
Os discípulos não entenderam o anúncio da Morte de Jesus. Não é o que esperavam, e menos ainda o que desejavam. Este foi o segundo anúncio em São Lucas: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens”.
Eles não entenderam, e nós também não entendemos. Não entendemos o porquê da morte nem o porquê dos sofrimentos. Jesus não poderia ter salvado o mundo morrendo tranquilamente numa cama? Pensando em termos teológicos, vemos o mal do mundo que se concentra na Paixão e Morte de Jesus.
Tudo o que Jesus sofre enquanto homem mostra o que fazemos uns com os outros, mostra a maldade do pecado, que ele, o Cordeiro de Deus, veio tirar do mundo. Em termos históricos, não é de estranhar que maltratassem Jesus e o eliminassem. João se tornou uma ameaça para Herodes, o qual simplesmente o decapitou. Diz São Lucas que os fariseus avisaram Jesus que Herodes queria matá-lo e que Jesus chamou Herodes de raposa.
Ele se tornou uma ameaça potencial aos romanos, que não tinham nenhum escrúpulo em executar seus opositores. Os romanos não podiam suportar a ideia de um Messias-Rei agitando o povo. Embora não fosse esse o caso de Jesus, “Pilatos o condenou à cruz pela acusação de nossos homens mais importantes”, escreve o historiador Flávio Josefo. A crucifixão para qualquer pessoa era, ainda no dizer de Josefo, “a mais cruel, humilhante e miserável das mortes”. Sêneca preferia suicidar-se a ser posto na cruz.