No ano de 2002, o então presidente francês, Jacques Chirac, foi responsável por um grande acerto histórico com um de seus grandes escritores, ao sepultar os restos mortais do escritor Alexandre Dumas no Panteão, mausoléu do estado Francês, ao lado de outros importantes escritores e pensadores, como Victor Hugo e Voltaire.
Alexandre Dumas é autor de clássicos da literatura mundial, sendo os mais conhecidos, “Os Três Mosqueteiros” e “O Conde de Monte Cristo”. Além da reverência de coloca-lo numa cripta no mausoléu com ilustres figuras, reconhecendo seu legado como escritor, Chirac acabou de vez com o motivo de Dumas não ter sido enterrado originalmente ali, mas em outro lugar: o racismo.
Em suas palavras Jacques Chirac elogiou, “Contigo, nós fomos D’Artagnan, Monte Cristo ou Bálsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos – contigo, nós sonhamos”. Esse foi o reconhecimento definitivo do povo francês ao grande escritor.
Alexandre Dumas nasceu na cidade de Villers-Cotterets, próximo a Paris em 24 de julho de 1802, e lá foi enterrado. As histórias de Alexandre inspiraram e continuam tendo impacto em pessoas de diferentes períodos, e seus contos chegaram ao século 21 e em regiões que nem poderia imaginar. Segundo historiadores, parte das aventuras descritas em seus livros, foram inspiradas em seu pai, que chegou a ser escravo quando criança e conseguiu alcançar o posto de general comandando até 50 mil soldados em batalhas pela França. Apesar disso, teve uma infância difícil após a morte de seu pai, e aprendeu a ler e escrever sozinho.
Com orgulho da trajetória do pai, ele traria as histórias de aventura e ação que imaginava para um renomado general do exército francês e se inspiraria na bravura para criar suas obras que se tornaram clássicas. Faleceu em 5 de dezembro de 1870, aos 68 anos, devido a um acidente vascular cerebral.
Embora fosse negro, o autor foi representado inúmeras vezes como um homem branco; algo que já aconteceu e continua acontecendo com figuras históricas negras. Em pinturas, desenhos e até mesmo no cinema: “L’Autre Dumas” (O Outro Dumas), foi chamado o ator Gérard Depardieu, loiro de olhos azuis, para interpretar o romancista francês. Mas, apenas no século 21, o escritor negro teve seu talento e legado finalmente reconhecido por seu país natal.
Desde 2002 Alexandre Dumas passou a estar no local onde estão sepultados os grandes filósofos e escritores da França. O presidente Jacques Chirac declarou que o “erro” foi reparado, admitindo o racismo que existiu contra o escritor que pensou a frase “Um por todos, todos por um”, uma das mais brilhantes da literatura e que inspira a amizade verdadeira entre as pessoas até hoje.