O número de pessoas morando nas ruas no Paraná aumentou 49,3% nos últimos três anos, de acordo com dados do Cadastro Único (CadÚnico) para programas sociais.
No início de 2018, eram 6.493 pessoas nessa condição. Segundo os números mais recentes, de abril deste ano, a quantidade de pessoas nas ruas passou para 9.653 – situação agravada pela Pandemia.
Em Curitiba, voluntários que distribuem comida para essa população contam que notaram aumento na fila das pessoas que moram nas ruas em busca de alimentos.
“Para ter uma ideia, antes da pandemia a gente entregava 180 marmitas ali no Mercado Municipal. Hoje, a gente está entregando quase 300 por dia”, afirma Fernando Pizzato, voluntário da ONG Rango de Rua.
Dados da prefeitura mostram que a capital tem 2,7 mil moradores de rua. Porém, ONGs que trabalham com esse público acreditam que há muito mais.
Pizzato conta que percebeu também mudança no perfil de quem pega comida. Segundo ele, o desemprego colocou muita gente na fila do desespero.
“Você vai entregar uma refeição e o cara com currículo na mão. [Perguntam] ‘você consegue passar pra frente meu currículo? Eu quero é trabalhar, quero sair daqui'”, explica.
Para pesquisadores, a Pandemia do novo Coronavírus está no centro do problema por causa da perda de emprego e renda.
Conforme a mestre em sociologia Jucimeri Silveira, professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), é preciso ampliar programas de acolhimento e proteção das pessoas em situação de rua.
“Estar em uma situação de rua não é uma condição digna. É uma situação que precisa ser enfrentada. E nós enfrentamos de forma conjunta reduzindo desigualdades, viabilizando serviços e construindo uma sociedade solidária, justa e igualitária”, afirma.
FONTE: G1 PARANÁ.