Brasileiro atualmente lê muito, porém conteúdos de pouca profundidade
Novamente trocando uma ideia sobre a questão do brasileiro, ler ou não ler pouco, alguns índices apontam números diferentes, dependendo do ponto de vista. Um dos índices coloca que o brasileiro lê em média 2,45 livros por ano, esse número vem do total da população pelos livros realmente lidos. Para muitos não é um número alto, ainda mais se comparado com outros países, e a coisa fica ainda pior se a comparação for com os países que mais leem, que é a China e Índia (não são os países europeus não). Outros colocam que o brasileiro lê em media de seis livros ao ano, quando se contabiliza apenas os leitores efetivo, que no Brasil está em torno de 120 milhões de leitores.
Mas independente destes números iniciais, o Brasil apresenta um número perverso em relação a leitura, que é o que aponta que cerca de 30% da população nunca leu um único livro sequer, o que é realmente muito grave. Nessa triste estatística estão os analfabetos e também aqueles que sabem ler, mas nunca chegaram a terminar de ler um único exemplar.
Mas o que realmente anima, sobre as estatísticas do quesito leitura, é que novos estudos apontam que o brasileiro lê pouco são falsas, que nos dias atuais é necessário modificar a maneira de calcular essa estatística, pois o brasileiro com o advento das redes sociais passou a ler bastante, o que acontece é que as estatísticas de leitura ficavam restritas a livros, mas novos estudos indicam que o brasileiro lê muito conteúdo, em sua maioria de pouca profundidade. Isso inclui matérias jornalísticas mais curtas, resenhas e leituras em geral mais rápidas com textos curtos, o que é a maioria nas redes sociais.
As pesquisas apontam também sobre as principais motivações dos leitores sobre esse costume, entre as respostas ouvidas foram o gosto pela leitura (25%), atualização cultural (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%) e atualização profissional ou exigência do trabalho (7%). Assim é possível refletir melhor sobre os números de leitores no país, já que os novos tempos requerem novas e diferentes pesquisas para se chegar a números mais assertivos sobre a leitura, pois a leitura na realidade não se restringe apenas aos livros, temos revistas, jornais e os diversos meios eletrônicos que estão à disposição de todos, principalmente da geração mais jovem.
Então, quando se falar em leitura no Brasil é necessário repensar um pouco como isso é contabilizado. Mas o que não se discute é que a leitura estimula o raciocínio, melhora o vocabulário, aprimora a capacidade interpretativa, além de proporcionar ao leitor um conhecimento amplo e diversificado sobre vários assuntos. Ler desenvolve a criatividade, a imaginação, a comunicação, o senso crítico, e amplia a habilidade na escrita.
Se todo esse benefício é adquirido mais com a leitura de livros, é outra discussão. Mas, quando se diz que quem lê tem a possibilidade de viajar para inúmeros lugares e viver em mundos diferentes e participa de experiências que vão além do mundo real, mas que dialogam com a realidade, o que permite aprendizados e reflexões profundas, normalmente está se falando da experiência de se ler um livro, uma crônica, um conto, poesias, onde a leitura nos permite ter empatia com personagens diferentes, pois conhecemos realidades diferentes da nossa e aprendemos a nos colocar no lugar do outro.
A leitura diária também nos permite estabelecer uma conexão entre as palavras que lemos e as que usamos oralmente e também, quanto mais vemos uma palavra escrita, mais facilidade temos para nos lembrarmos de como devemos escrevê-la, logo, quem lê com mais frequência se comunica melhor e também escreve melhor, isso é inegável.
