Aparelhos foram entregues pelo secretário de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Marcio Nunes, a um hospital de Campo Mourão, onde tem reduto eleitoral.
Deputados Estaduais pediram nesta quarta-feira (26) que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) investigue a doação de respiradores pela empresa Engie a um hospital de Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná. O pedido é assinado por Goura (PDT), Requião Filho (MDB) e Tadeu Veneri (PT).
O Secretário de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Marcio Nunes, apareceu em um vídeo publicado – e posteriormente removido – nas redes sociais participando da entrega. Uma filha do secretário, que também aparece na doação, trabalha como médica no hospital.
Nunes tem reduto eleitoral em Campo Mourão. Ele comanda a secretaria da qual faz parte o Instituto Água e Terra (IAT), que liberou a instalação de uma linha de transmissão da empresa Engie na Escarpa Denoviana, nos Campos Gerais.
A área por onde devem passar as torres é de preservação ambiental e protegida por lei. O IAT também é responsável pela fiscalização da obra, que enfrenta problemas judiciais.
No pedido, os deputados solicitaram que os promotores investiguem possível conflito de interesses e violação de princípios da administração pública por parte dos envolvidos.
No Paraná, as doações de combate ao coronavírus são encaminhadas à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
O que dizem os citados
À época da doação, a Engie informou que, em consequência do cenário de emergência, tinha feito a doação de quatro kits de respiradores e monitores que foram destinados ao Governo do Paraná.
Segundo a empresa, desde o início da Pandemia foram feitas doações de mais de R$ 12 milhões em todo o país.
A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e o secretário Márcio Nunes afirmaram que ele entregou seis respiradores em Campo Mourão, sendo quatro de uma compra direta efetuada pela Engie.
Eles disseram também que, daquele momento em diante, o secretário respeitaria a resolução de que todas as doações sejam encaminhadas para a SESA. A secretaria informou nesta segunda que não foi notificado sobre o pedido de investigação.
FONTE: G1 Paraná.