Mais de 30 mil pessoas estão presas no estado, sendo que quase um terço aguarda julgamento. Paraná registra superlotação de 38,9% no sistema estadual, com déficit de 8 mil vagas.
A população carcerária do Paraná cresceu 9%, entre 2020 e 2021, conforme um levantamento feito pelo G1, por meio do Monitor da Violência. O estado apresenta ainda superlotação no sistema penitenciário estadual.
No Brasil, a população carcerária diminuiu 3,1%, conforme o levantamento. Essa é a primeira vez que o número de presos cai de um ano para o outro, desde 2014. Apesar disso, a superlotação no país está em 56,1%.
Em relação ao Paraná, o levantamento aponta que o estado tem, atualmente, 30.646 pessoas presas. O número leva em consideração quem está nos regimes fechado, semiaberto e provisório. Em 2020, eram 28.122 detentos.
Apesar de ter mais de 30 mil pessoas presas, o estado registra 22.061 vagas no sistema penitenciário, o que faz com que a estrutura trabalhe com superlotação de 38,9%.
Do total de pessoas presas no Paraná, 8.585 estão em prisão provisória, ou seja, ainda não foram julgadas pelo crime que respondem. Isso representa 28% da população carcerária do estado.
O Paraná ainda é o estado com o maior número de presos em delegacias, com 1,5 mil. No entanto, o número é bem menor do que o registrado há dois anos: 11 mil detentos.
O Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR) tem realizado diversas ações para reduzir o número de presos em carceragens, como a transferência para o sistema prisional e a realização de mutirões carcerários.
Pandemia
No Paraná, 13% da população carcerária foi infectada com o novo Coronavírus, totalizando 4.063 pessoas. Ainda segundo o balanço, 13 presos morreram por causa da doença.
Por outro lado, entre os servidores dos presídios do estado, 1.058 pessoas foram diagnosticadas com a Covid-19 e seis morreram.
Em todo o Brasil, 57.247 presos tiveram a doença, sendo que 200 morreram. Além disso, 20.361 servidores foram infectados pelo novo Coronavírus, e 237 não resistiram.
Situação no Brasil
Dez estados, além do Distrito Federal, registraram aumento da população carcerária, em 2021. O Paraná aparece com a quinta maior taxa, empatado com o Rio Grande do Norte.
Em todo o país, 687.546 pessoas estão presas, enquanto o sistema penitenciário nacional tem 440.530 vagas em presídios. De 2020 para cá, o Brasil criou 17.141 vagas, o que foi insuficiente para acabar com o problema da supelotação.
O total não considera os presos em regime aberto e os que estão em carceragens de delegacias da Polícia Civil. Se forem contabilizados esses presos, o número passa de 750 mil, no país, segundo o levantamento.
Monitor da Violência
O Monitor da Violência é um levantamento exclusivo do G1 que tem como base dados e informações oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
O projeto foi criado em 2017 e é resultado de uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No entanto, os jornalistas trabalham com levantamentos na área de segurança pública desde 2014.
Neste ano, os dados foram levantados pelo G1 via assessorias de imprensa das secretarias de Administração Penitenciária e por meio da Lei de Acesso à Informação. Os número foram pedidos em fevereiro.
Parte dos estados respondeu ainda naquele mês e outros passaram os dados apenas em março ou abril. Em 10 de maio, foi pedida uma atualização dos dados referentes à Covid-19, para que o número pudesse retratar mais fielmente a realidade atual.
FONTE: G1 Paraná.