A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar se cultos religiosos realizados em Barbosa Ferraz, no centro-oeste do Paraná, têm relação com o aumento de casos de Covid-19 registrados na cidade de abril para maio deste ano.
Fotos dos cultos mostram igrejas lotadas, com aglomeração de pessoas e participantes até mesmo sem máscara. O caso foi denunciado para a promotoria pública.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), o município registrava, na primeira semana de abril, 12 mortes e 592 casos da doença. Um mês depois, em maio, o número de óbitos mais que dobrou, para 25, e os casos confirmados passaram a 895.
Das 25 mortes, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, sete foram de pessoas que participaram dos cultos.
À época, um decreto municipal autorizava a realização das atividades na cidade, desde que com 50% da capacidade máxima de lotação e distanciamento de pelo menos um metro entre os participantes.
A prefeitura de Barbosa Ferraz não quis se manifestar.
Infração à medida sanitária preventiva
De acordo com o delegado de Polícia Civil Carlos Stecca, o pastor responsável pelos eventos colaborou com as investigações e passou informações sobre datas e também número de pessoas.
Ele também informou um outro pastor, de outro estado do país, foi à cidade ministrar cultos durante o período.
Procurado, o pastor não quis comentar o assunto e disse que ainda está profundamente abalado com a morte da esposa.
Conforme a polícia, a investigação busca identificar também o outro pastor para que ele possa prestar depoimento sobre os fatos.
Se comprovados os descumprimentos de regras de combate à pandemia, os responsáveis responderão pelo crime de infração à medida sanitária preventiva, segundo o delegado.
“Iremos agora também, junto aos órgãos de saúde e Vigilância Sanitária, arrecadar documentos que comprovem esse eventual descumprimento às normas sanitárias, para que todos os responsáveis pela realização destes cultos respondam pelo crime de infração à medida sanitária preventiva“, afirmou.
De acordo com Stecca, a pena prevista para o crime é de um mês a um ano de detenção e multa.
FONTE: G1 PARANÁ