O Governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), disse nesta quarta-feira (26) que o estado vai pegar pesado em fiscalizações para tentar conter a disseminação da Covid-19. O governador pediu que a população também participe com denúncias.
O boletim da Sesa, divulgado na terça-feira (25), mostra que o número de casos confirmados de Coronavírus no Paraná chegou a 1.061.876. O total de mortes pela doença no estado atingiu 25.519.
Na terça-feira, o Governo do Paraná publicou novo decreto, ampliando o toque de recolher e restringindo serviços não essenciais em todo estado. As novas regras começam a vigorar às 5h de sexta-feira (28) e valem até às 5h do dia 11 de junho, mas podem ser prorrogadas.
Segundo o texto, o toque de recolher e o período de proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas em espaços de uso público ou coletivo passam a valer das 20h às 5h.
O governador destacou que o momento é crítico, principalmente com os números de internações aumentando.
“Não é um momento simples, tínhamos conseguido avançar, no final de marco, começo de abril, com as restrições, estávamos entre os estados com menor taxa de transmissão”.
Segundo Ratinho Junior, o relaxamento é onde o estado vai agir agora, principalmente com festas clandestinas e aglomerações.
“Aqueles poucos irresponsáveis que fazem balada clandestina, aglomerações, sem ter preocupação com a restrição. Vamos atacar de forma pesada”.
O decreto que começa a valer na sexta-feira, de acordo com o governador, vai dar mais poder para que as forças de segurança ajam com rigor. Ele avisa que terá blitz todos os dias e que os delegados vão poder aplicar multa e fiança pesada para quem for preso.
“Vamos pegar pesado nas blitz. Queremos pedir que a população denuncie, porque é muito importante. A grande maioria tem feito a lição de casa, mas a irresponsabilidade de poucas pessoas acaba atrapalhando quem está há um ano tentando melhorar a situação”.
Jovens internados
O governador disse que a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) tem percebido um aumento nos números de jovens internados com Covid-19. Segundo ele, isso preocupa ainda mais no controle da doença.
“Tínhamos menos preocupação com os jovens, mas agora são eles que ocupam mais leitos de UTI. A média das pessoas mais idosas que ficavam no leito de UTI, era de 14 a 15 dias, mas agora isso tem aumentado para 21, chegando até um mês. Isso faz com que a rotatividade seja menor”.
O governador também pediu que as pessoas sigam o toque de recolher e que não saiam de casa para beber, por exemplo.
“Precisamos evitar e diminuir os traumas, como acidentes de trânsito, porque ocupam boa parte dos leitos de UTI que poderiam ser usados por pacientes com Covid-19. Essa restrição noturna nos ajuda a ter espaço de leito de UTI”.
No Paraná, segundo o governador, 90% das pessoas infectadas pela Covid-19 são pela cepa amazonense, conhecida como P1. Ratinho Junior destacou que as pessoas precisam continuar se cuidando e ajudando na conscientização.
“Essa cepa é mais rápida na transmissão. Nosso pedido é que as pessoas continuem se cuidando, evitando aglomerações e usando máscaras, mas acima de tudo nos ajudando a evitar a doença e conscientizando quem ainda está achando que é conversa da mídia, não podemos cair nessa”.
O governador do Paraná reforçou o alerta de que o setor público tem limite, a começar por médicos. Conforme Ratinho Junior, mesmo que se abram novos leitos, faltam profissionais.
“Chega um momento que não tem mais profissional para trabalhar. O volume de vacinas tem aumentado, em julho temos previsão de 2 milhões de doses, mas enquanto as pessoas não forem vacinadas, o cuidado deve ser redobrado”.
As denúncias de aglomerações e festas clandestinas devem ser feitas pelo 181, segundo o governador. Ele pediu que as pessoas insistam em denunciar.
“As pessoas que estão fazendo isso estão cometendo crime de saúde pública. Atrapalham as pessoas que estão fazendo tudo que foi determinado. A ideia é justamente que tenhamos uma linha mais dura de fiscalização”.
FONTE: G1 PARANÁ.