Mais de um ano depois do início da Pandemia da Covid-19, muitas dúvidas sobre a doença ainda permeiam as conversas nos consultórios médicos. Entre todas as especialidades, a saúde dos olhos demanda igual atenção: sabe-se que o novo Coronavírus é transmitido pelo ar, por meio de gotículas contaminadas que podem entrar no organismo também por via ocular.
Isso significa que é preciso utilizar óculos de proteção sempre que sair de casa? Não necessariamente: “Se uma pessoa quiser se proteger ao máximo, o uso dos face shields – protetores de rosto – é o melhor”, observa o Dr. Hamilton Moreira (CRM 9388 | RQE 2872), diretor técnico da Médicos de Olhos S.A.
Até o momento, foram identificadas algumas intercorrências oftalmológicas em pacientes que já foram infectados pelo vírus. Mas elas não são uma regra e, diante disso, observar os sintomas e manter os cuidados preventivos mesmo depois de contrair a doença ainda são as melhores formas de conter a transmissão. O Dr. Hamilton explica alguns Mitos e Verdades sobre os olhos e a COVID-19.
1. A COVID-19 pode ser transmitida pelos olhos.
Verdade. Os olhos podem funcionar tanto como porta de entrada para o vírus, quanto como uma possível fonte de contaminação através das lágrimas. “Existem alguns estudos que sugerem que as córneas possam ser também fonte de contaminação, na eventualidade de um transplante de córnea”, diz o oftalmologista. É fundamental que os profissionais envolvidos na cirurgia estejam completamente protegidos.
2. O uso de face shields é obrigatório.
Mito. Como citado no início do texto, os face shields aumentam a proteção. O diretor técnico da Médicos de Olhos S.A explica que a máscara é o item mais indispensável: “Em ambientes com maior risco de contaminação, a proteção dos olhos é importante. Mas o uso da máscara cobrindo boca e nariz é o fator principal”. Pessoas que lidam diretamente com o público devem ficar mais protegidas – cobradores e motoristas de ônibus, professores em aulas presenciais, recepcionistas de empresas com alto fluxo de pessoas e todos os profissionais de saúde.
3. A conjuntivite pode ser um sintoma de COVID-19.
Verdade. “Quanto mais conhecemos a doença, percebemos que ela pode ter várias apresentações, como a conjuntivite”, conta o Dr. Hamilton. O médico oftalmologista explica que, ao identificar sintomas como olhos vermelhos, coceira e irritação, o paciente não precisa ter medo de estar contaminado pela COVID-19, mas deve ficar mais atento: “Recomendamos procurar o posto de saúde somente se houver sintomas respiratórios concomitantes”.
4. É preciso lavar o rosto com frequência.
Mito. A principal forma de prevenção, combinada ao uso da máscara, é a higiene das mãos, ou seja, não é necessário lavar o rosto sempre que voltar para casa. “As lágrimas também podem ser fonte de contaminação, representando um risco para os outros”, ressalta o diretor técnico da Médicos de Olhos S.A.
5. A COVID-19 pode deixar sequelas na visão.
Verdade. Mas ainda não há dados consolidados sobre o assunto. O Dr. Hamilton Moreira conta que, ao longo da pandemia, alguns estudos já identificaram intercorrências oculares em pessoas que tiveram a COVID-19, como alterações de campo visual e no fundo de olho com hemorragias. “Recentemente, foi identificado um fungo grave – conhecido como fungo negro ou mucormicose – que pode afetar as córneas de pessoas internadas com COVID-19 e imunodeprimidas. Esse fungo é resistente aos medicamentos e pode levar à cegueira. A principal recomendação é não levar as mãos aos olhos, algo que muitas vezes fazemos de forma inconsciente”, finaliza o Dr. Hamilton Moreira.
Diretor Técnico: Dr. Hamilton Moreira – CRM 9388 / RQE 2872
FONTE: G1 PARANÁ.