Perda na safra e alta procura fazem preço do café disparar

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Os preços do café dispararam. Além da oferta menor no mercado interno, com perdas na produção, as exportações aumentaram, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

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De janeiro a julho deste ano, o país exportou mais de 25 milhões de sacas do grão. Isso dá um aumento de 11% ao comparar com o mesmo período de 2020. Hoje, 70% da produção nacional de café vai para outros países.

Para o consumidor brasileiro, o que sobra é o aumento do preço. Em uma loja de café em Maringá, no norte do estado, que vende os melhores grãos produzidos no país, todos os preço subiram.

“Subiu numa media de 20% a 30% todos cafés. Não estamos repassando esse mesmo aumento pro consumidor na totalidade. Por exemplo, nosso café expresso, nós aumentamos 12% a xícara”, conta o comerciante Eder Veltrini.

Mesmo não repassando todo o aumento, em vários locais, o consumidor já tem pago de R$ 4,50 a mais de R$ 5 por uma xicarazinha de café. Nos supermercados, o pó também está mais caro. De janeiro a julho, a alta segundo o IPCA, foi de 11,5 % no Paraná.

Com isso, tem gente economizando no pó. “Eu faço fraquinho pra aturar mais”, conta a dona de casa Iolanda Rigo.

Preço bom para os produtores

No campo, o preço da saca para os produtores praticamente dobrou. Nessa época no ano passado, a saca do tipo mais comum no Paraná estava em R$ 480. Hoje, vai de R$ 900 a mais R$ 1.000. E quem produz cafés especiais consegue preços muito maiores.

É o caso da família Rosseto, de Mandaguari, no norte do Paraná. Do pedaço de terra da família, sai uma produção de grãos nobres, graças também a localização que é ideal para o cultivo do café.

A gente está numa região acima de 700 metros de altitude, uma longitude e latitude próxima de 24 graus, e com essa condição climática a gente tem dias mais quentes e noites mais amenas. Isso tudo influencia na concentração de nutrientes na semente do café, dando esse aroma, esse sabor, totalmente diferenciado“, diz Patrick de Souza, técnico agrícola da cooperativa Cocari.

O chamado café especial é o mais valorizado do mercado. E ocupa toda área da família Rosseto, hoje com 300 mil pés produzindo. Herança deixada pelo avô do José Carlos Rosseto, que começou o cultivo na década de 1960, quando os cafezais dominavam os campos do Paraná.

“A gente é produtor de café a vida inteira né, mas nunca imaginava que a localidade nossa seria tao importante e tao boa pra poder produzir cafés especiais”, diz José Carlos.

Ainda hoje, Mandaguari mantém a tradição com mais de 200 produtores de café. No município e em todo o estado, a colheita já está terminando. Nesta safra e nas próximas, haverá quebra na produção por causa da estiagem e das geadas.

Perda na safra e alta procura faz preço do café disparar — Foto: RPC/Reprodução

“A gente pegou uma seca muito prolongada e, no finalzinho da formação de grãos, teve uma geada. A gente vai ter uma redução de produção. Para este ano até que não vai ser tanto, em torno de 10% a 15%. Para os próximos anos, a redução vai ser bem mais drástica. Estamos estimando de até 55% a 60% da próxima safra”, avalia o técnico agrícola.

Para produzir o café especial, o investimento é grande. Toda a lavoura da família Rosseto é irrigada. E onde a máquina não entra para colher, o trabalho tem que ser feito manualmente. Só podem ser colhidos os grãos maduros.

Hoje, a saca do café especial está em torno de R$ 2.500, o que é mais que o dobro do tradicional. “A gente tem uma dedicação muito forte em cima disso. Mas essa dedicação, ela compensa. Se você fizer o tratamento na planta adequada, a colheita adequada, a secagem perfeita e, no final, a torra perfeita, você tem um café especial”, diz o produtor José Carlos Rosseto.

A família está exportando o café especial. Atualmente, 30% é enviado para os Estados Unidos. A Noruega também já foi destino do café especial mandaguariense.

FONTE: G1 PARANÁ.

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Alexandre Muller
Alexandre Mullerhttps://ourovivo.com.br
Comunicador são-mateuense, especialista em eventos e atividades sociais. Apaixonado por São Mateus do Sul e seus tesouros.
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