O Paraná é o maior produtor de mel do Brasil, de acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estado produziu 7.844.255 quilos do produto em 2020. O Rio Grande do Sul, que aparece em segundo lugar, produziu 7.466.815 quilos.
A maior parte do mel produzido no Paraná tem origem em abelhas trazidas da Europa e Ásia, mas o cultivo com animais nativos do Brasil, embora em quantidade menor, se destaca pela qualidade, segundo produtores.
O apicultor Benedito Antonio Uczai é responsável por um pomar que abriga 13 espécies de abelhas brasileiras, em Mandirituba.
As abelhas foram reunidas no local durante 16 anos. De acordo com o apicultor, as abelhas não têm ferrão e protegem a colmeia soltando substâncias ácidas em invasores.
“Temos a Tubona, Boca-de-Sapo, Mandaçaia, Irapi, Guaraipo Manduri e mais cinco espécies de abelha-mirim”, detalha o produtor.
De acordo com Benedito, a criação das abelhas nativas e a expansão das colmeias também é uma forma de “ajudar na preservação das espécies”.
Por ser em menor quantidade, a forma de produzir o mel é diferenciada em relação às abelhas convencionais: “As abelhas produzem mel em gramas e não em quilos porque são populações pequenas”, disse Benedito.
Extinção
Algumas das espécies de abelhas cultivadas em Mandirituba estão ameaçadas de extinção.
Desmatamento, uso de veneno agrícola e mudanças climáticas são fatores para que esses animais corram o risco de serem extintos, de acordo com o pesquisador Rodrigo Gonçalves.
“Mais para o sul do país e na Argentina, a gente ainda encontra essas populações, mas aqui (Paraná), que seria o limite norte, elas já desapareceram por conta desse efeito de aquecimento”, disse o pesquisador.