“Para termos paz como um rio” (Mt 11, 16-19)
João Batista veio e foi criticado. Veio o Filho do Homem e também foi criticado. Um porque era austero e comia pouco. O outro porque comia normalmente como todo mundo. A sabedoria se reconhece por suas obras. O que faz João, o que faz Jesus, quais são os frutos de suas ações?
Cada um na sua missão age com sabedoria. Um é a luz. O outro veio para dar testemunho da luz. O Advento é o tempo em que se vem. Vem o Precursor, vem o que deve vir, vem no deserto às margens do Jordão, vem em Belém e virá quando chegar o fim. Adquirir a sabedoria pode ser um bom desejo no Tempo do Advento.
A Sabedoria encarnada é o próprio Jesus. Ela é também um dom do Espírito Santo com o qual saboreamos um pouco do que Deus é e nos dispomos a fazer a sua vontade. O sábio produz bons frutos, frutos que têm sabor. Nele não há nada de exuberante, mas tem gosto e bom gosto.
Quem não é sábio acredita ser a encarnação da sabedoria, mas os seus frutos o denunciam. Fala de tudo e de qualquer coisa, critica João porque não come, critica Jesus porque come. Não agindo com sabedoria, fica na superfície. Falta-lhe a inteligência, que lê a realidade por dentro.
Vê o exterior e nele permanece, sem se dar conta do que significa. Não aprofunda nada e fala o que lhe vem à boca. Aquele que esperamos é a Sabedoria. À sua sombra nos sentamos.