“Eis a tua Mãe!“
Evangelho (Jo 19,25-34):
Naquele tempo, estavam junto à cruz de Jesus sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus disse a sua Mãe: “Mulher, eis o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis a tua Mãe”. E a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.
Hoje celebramos a memória de Maria, Mãe da Igreja. Contemplamos, neste sentido, a maternidade espiritual de Maria em relação à Igreja que é – em si mesma – “Mãe do Povo de Deus, pois ninguém pode ter Deus por Pai se não tiver a Igreja por Mãe” (S. Cipriano). Maria é Mãe do Filho de Deus e, ao mesmo tempo, Mãe daqueles que amam o seu Filho e dos ‘bem-amados’ de seu Filho, de acordo com “Mulher, eis o teu filho; discípulo: Eis a tua Mãe” (Jo 19,26-27), tal como Jesus disse. Entregando o seu corpo aos homens e devolvendo o seu espírito a seu Pai, Jesus Cristo até deu sua Mãe aos seus amigos.
“E o maior amor é aquele com que Jesus ama a sua Igreja“ (cf. Ef 5,25), à qual pertencem os seus amigos. Portanto, os filhos adoptados por Deus não podem ter Jesus por irmão se não tiverem Maria como Mãe porque, enquanto Maria ama o seu Filho, ama a Igreja da qual Ela é membro eminente. O que não significa que Maria seja superior à Igreja, mas antes que Ela é “mãe dos membros de Cristo” (Sto. Agostinho).
O Concílio Vaticano II acrescenta que Maria é “verdadeiramente mãe dos membros de Cristo por ter cooperado com o seu amor para que nascessem na Igreja os fiéis, que são membros daquela Cabeça (Jesus)”. Além disso, permanecendo no meio dos Apóstolos no Cenáculo (cf. Act 1,14), Maria – Mãe da Igreja – recorda a presença, o dom e a ação do Espírito Santo na Igreja missionária. Ao implorar o Espírito Santo no coração da Igreja, Maria reza com a Igreja e reza pela Igreja, porque “elevada à glória do céu, assiste com amor materno a Igreja, protegendo os seus passos” (Prefácio da Missa “Maria, Mãe da Igreja”).
Maria cuida dos seus filhos. Podemos, pois, confiar-lhe toda a vida da Igreja, como fez o Papa S. Paulo VI: “Oh, Virgem Maria, veneranda Mãe da Igreja, a Vós encomendamos toda a Igreja e o Concílio Ecuménico!”.