Segundo maior produtor, Paraná responde por um quinto da batata do País
Frita, assada, cozida, para fazer purê, engrossar a sopa ou comer com um franguinho. Presença obrigatória em uma infinidade de pratos, uma em cada cinco batatas consumidas no Brasil foi colhida em solo paranaense. [sc name=”textodestaque” ]O Estado é o segundo maior produtor do País, atrás de Minas Gerais, e estima produzir 812,6[/sc] mil toneladas até o final da segunda safra, que termina antes do inverno. O Estado responde por 20% da produção nacional.
Dos solos de Guarapuava e dos municípios vizinhos saem 28% das batatas que estão nas prateleiras dos supermercados e nas barracas dos feirantes. No Paraná, também se destacam no plantio a Região Metropolitana de Curitiba e os Campos Gerais. Juntos, os três núcleos são responsáveis por 70% da produção estadual.
O Paraná cultiva duas safras de batata: a das águas, plantada entre agosto e dezembro, e a safra da seca, que é semeada nos meses de dezembro a maio. Da primeira, foram colhidas 460,6 mil toneladas, e a expectativa da segunda é colher 352 mil toneladas até o final de maio e início de junho, basicamente da variedade ágata, que domina a produção. Foi plantada, para toda a safra 2020/2021 do Paraná, uma área de 28,2 mil hectares.
O Valor Bruto de Produção (VBP) do tubérculo era de R$ 1,24 bilhão em 2019, no último cálculo do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. A regional de Guarapuava respondia por 30% de todo o VBP da cultura no Estado, com um valor de quase R$ 383 milhões.
A batata é o principal produto da olericultura paranaense – que abrange o cultivo de legumes, verduras e frutos como o tomate – e domina mais de um quarto da produção estadual nessa atividade. Porém, diferente das outras olerícolas, cujo plantio é feito principalmente por agricultores familiares, nos arredores de Guarapuava o tubérculo é produzido principalmente por médios e grandes produtores rurais, em um processo que envolve tecnologias de ponta em todas as etapas e um grande contingente de trabalhadores.
Diferente dos cultivos de antigamente, os produtores agora têm em mão uma gama de estudos de melhoramento genético, preparação de solo, irrigação e um maquinário de ponta que agilizou e tornou mais forte a produtividade, com uma colheita média de 800 sacos, ou 4 mil kg, de batata por hectare plantado.
Um exemplo é na produção de sementes, que exige um processo bastante especializado e muito conhecimento genético. Um mini-tubérculo, livre de vírus e outras doenças, é desenvolvido em laboratório e pode ser reproduzido por até duas gerações. Para se desenvolver, ele é plantado em regiões mais quentes, geralmente no Norte ou Noroeste do Paraná. Já maiores, as sementes voltam a Guarapuava e ficam armazenadas em câmeras frias, com temperaturas controladas de 4ºC em média, para serem plantadas escalonadamente entre as safras.
A preparação de solo é outra preocupação. O cultivo da batata é rotacionado: depois de colhida, ela só pode ser plantada naquela área três anos depois, para que não haja a disseminação de doenças que podem comprometer a produtividade. Enquanto isso, os produtores procuram outros locais para arrendar e aquele terreno dá lugar a outras culturas, como soja, cevada, trigo e milho.
No plantio, a irrigação é essencial, e os tubérculos são cultivados geralmente próximo a rios, para facilitar o acesso à água. Já o processo para que o alimento queridinho de muitos brasileiros chegue à mesa também é bastante tecnificado. Envolve mangueiras para a lavagem e muitas esteiras, engrenagens e pessoas que selecionam a melhor batata para ser comercializada.