Fruta exótica vem crescendo no gosto popular brasileiro. Cultivo não usa agrotóxicos, e produtores precisam ficar atentos à polinização das flores, que se abrem pela noite.
Apelidada de fruta dragão, a pitaia é grande e cheia de escamas. Diferente por fora, impressionante por dentro. A pitaia vermelha, que é a mais conhecida no mercado, tem uma coloração de encher os olhos. Apesar disso, a produção exige muitos cuidados.
O agricultor Luiz Volpato trocou um parreiral de uvas que tinha pela produção de pitaia. O produtor contou que fez a troca pela curiosidade que teve pela fruta e pelo modo de cultivo.
“Achei muito exótico, diferente e me apaixonei. Eu comecei em 2017, mas o que me levou mesmo a trabalhar com a pitaia foi o aspecto da gente poder ter um trato de produtos bem menos que a uva. A uva necessita de muito trato com veneno, enquanto que a pitaia tem uma resistência extraordinária”, disse.
A casca da pitaia é rígida, o que a torna bem resistente a doenças. O cultivo é feito sem agrotóxicos, mas a fruta requer cuidados na hora do manejo. O plantio é feito com estacas, para conduzir o crescimento dos pés.
“Você planta, ela vem subindo. Quando a gente vai fazer o plantio dela, a gente tem que pensar em um sistema de longo tempo, porque é uma planta que tem uma longevidade muito boa”, explicou Volpato.
A safra da pitaia vai de dezembro a maio. As frutas se desenvolvem em ritmos diferentes. O mesmo pé pode ter, ao mesmo tempo, botões, flores e frutas.
A flor da pitaia fica aberta de 12 a 14 horas. Ela abre no começo da noite e se fecha pela manhã. Nesse meio tempo, o produtor tem que correr pra polinizar a planta.
“Ela é como se fosse uma dama da noite, ela abre nesse horário. Quer contemplar a beleza? Tem que ser durante a noite ou bem de manhã. Porque em 24 horas, no máximo, você não tem mais nada”, contou.
Em quatro hectares de terra, Volpato cultiva cerca de sete mil pés de pitaia. Nesta safra, ele espera produzir 40 toneladas da fruta.
A produção é vendida para várias regiões do Paraná e para compradores de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O agricultor conta que o mercado da pitaia está mudando.
“Ela ainda continua com o caráter de ser exótica, porém já cresceu bastante. Então, a gente vem trabalhando para que ela deixe de ser exótica e se torne uma fruta popular, que seja consumida por toda a gama da sociedade”, pontuou o agricultor.
Fonte: G1 Paraná.