No estado, Arapongas e Apucarana são municípios que mais produzem o alimento. Em todo país, média de consumo por pessoa é de um quilo de abacate no ano.
O Paraná é o terceiro maior produtor de abacate do país, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. O estado, conforme o levantamento, é responsável por 9,7% das colheitas do alimento no Brasil.
Ainda segundo o departamento, o estado cresceu como um dos protagonistas do setor nos últimos 10 anos. A área de plantio aumentou 19%, e a produtividade também subiu 34% no período.
A produção é concentrada na região norte do estado, que responde por 75% dos frutos. Arapongas e Apucarana, conforme os dados, são as maiores produtoras de abacate no Paraná.
Em todo Brasil, o consumo do alimento por pessoa é de cerca de 1kg por ano. Os mexicanos, por exemplo, consomem, em média, oito vezes mais.
Pelo menos 500 variantes
Em Arapongas, a família Campassi começou a atividade com o alimento em 1963, considerado um superalimento, rico em vitaminas, antioxidantes e sais minerais.” Na época, existia apenas o abacate comum e se levava para o Mercado Municipal em São Paulo para fazer essa venda”, relembrou o produtor José Campassi Júnior.
“Como temos uma tradição grande nós plantamos, compramos comercializamos em toda a região e arrendamos do produtor até a produção anual. As pequenas propriedades onde tem que agregar valor o abacate tem uma grande vantagem. Ele vem superando inclusive culturas tradicionais” explicou Campassi Júnior.
As árvores do alimento passam fáceis de oito metros de altura e dá pra cultivar até 110 pés em um hectare.
Na idade adulta cada abacateiro pode produzir 500 a 600 quilos da fruta, que tem muitas variedades, pelo menos 500. Uma delas está na propriedade de Miguel Makiama.
No início da década de 1980, Makiama e um técnico da cooperativa agrícola que o atendia batizaram um abacate bolinha com o nome da esposa do produtor, Margarida.
A história começou bem antes do batismo, em 1950, quando o pai de Makiama rodou a vizinhança atrás de abacates para fazer mudas e iniciar uma lavoura. Ele plantou 100 mudas.
De um único pé surgiu o abacate diferente, redondo. Como ele é mais resistente para o transporte e fica no ponto pra colheita no segundo semestre, quando as outras variedades já estão em fim da produção, foi o maior sucesso.
A família começou a fazer mudas e a cada ano aumentava a quantidade. Até que no início dos anos 1980 virou produção em série. “Na época eu não vencia fazer, de tanto pedido”, relembrou o produtor Miguel Makiama.
“O ponto ideal de maturação é quando perder esse brilho e começar a ficar meio fosco, seria mais ou menos de julho em diante. Se colher agora pode ficar meio aguado. O ideal é quando fica fosco. Ideal é de agosto até dezembro” explica o produtor Miguel Makiama.
Abacate como renda
Na roça, o quilo do abacate pago ao produtor fica em torno de R$ 1,40.
A fruta se transformou em produto tão valorizado que, até alguns anos atrás, era comum ladrões invadirem as plantações, principalmente à noite, para furtar abacate. Os produtores precisaram contratar segurança e hoje o prejuízo é menor. “A gente tem que estar atento, né. De caminhão já entraram, mas agora tá mais difícil, a gente já trancou a porteira”, diz o produtor Miguel Makiama.
FONTE: Caminhos do Campo.